17.9.10

Un poema de Ramiro Torres



A VIDA



As pétalas do desencanto caem

dos pulmões da cidade,

a percutirem sobre as tempas

com sua efêmera repetição,

na hospedaria de animais

invisíveis do meio da alma.

Somos ainda aprendizes de

um saber inacabado, com

uma lenta e inexorável

casa a crescer no sangue,

como chuva perpétua desde

uma permanência velada.

Perseguimos o lado obscuro

deste jardim inaudito:

uma pequena ilha

fosforescente na raiz

de um assombro vindouro,

despertos, por fim,

os frutos esparegidos contra

o medo e seus espelhos,

calcinados.


Setembro de 2010.



[Grazas mil a Ramiro Torres, estupendo poeta, por me adicar este poema seu tan fermoso]